MENSAGEM DO SECRETÁRIO GERAL, REVERENDO VLADIMIR AGOSTINHO
SUAS REVERENDISSIMAS BISPOS, SECRETÁRIOS GERAIS E REPRESENTANTES LEGAIS DAS IGREJAS MEMBROS DO CICA
SUA EXCELÊNCIA REVª DEOLINDA DORCAS TECA SG EMÉRITA DO CICA, EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA MESA DAS ASSEMBLEIAS DO CICA, REVERENDO DR. BERNARDO JOÃO NGUNZA, EXCELÊNCIAS MEMBROS DO GOVERNO ANGOLANO
EXCELÊNCIAS MEMBROS DO CORPO DIPLOMÁTICO ACREDITADO EM ANGOLA, DISTINTOS REPRESENTANTES DE PARTIDOS POLÍTICOS RESPEITADAS ENTIDADES ECLESIÁSTICAS CONVIDADAS
ILUSTRES MEMBROS DO SECRETARIADO DO CICA, TRABALHADORES E COLABORADORES, MINHAS IRMÃS E MEUS IRMÃOS,
É com particular emoção que saúdo todos os fiéis, de Cabinda ao Cunene aqui representados, que são a razão da minha presença neste santo Templo e que justificam a minha disposição de assumir a partir de hoje, o Cargo de Secretário-Geral do CONSELHO DE IGREJAS CRISTÃS EM ANGOLA.
Pretendo endereçar uma saudação especial a Reverenda Deolinda Dorcas Teca, que cessa hoje a função de Secretária-Geral. Esta saudação ficaria incompleta se não mencionasse o abençoado e vitorioso caminho trilhado por Vossa Excelência ao longo dos últimos 10 anos, um período marcado por diversas adversidades tal como a Crise Económica, a Pandemia da Covid-19 e outras. A Igreja Angolana agradece a dedicação, o empenho e trabalho abnegado da nossa Secretária Geral, por sinal a primeira Mulher a escrever seu nome com caneta de ouro nos anais da história deste Conselho Cristão Angolano.
ESTIMADOS IRMÃOS E IRMÃS,
Esta cerimónia solene acontece três (3) meses depois de Angola, África e o mundo terem acompanhado a partida da Igreja Militante para a Igreja Triunfante do incansável Teólogo Africano, Líder Ecuménico, Nacionalista Angolano e II Secretário-geral Emérito do CICA, o Reverendo José Belo Chipenda. Bem como 20 dias atrás de forma abrupta, mais uma inesperada notícia invadiu nossas almas, retirando-nos a paz e tranquilidade espiritual, ao anunciarem a prematura partida, para a casa celestial do Reverendo Zamba Bleize, Secretário Geral e Representante Legal da Igreja Comunidade Menonita em Angola, membro do Comitê executivo do CICA.
Este ano, celebramos 47 anos de caminhada ecuménica que marca um período de maturidade pois, foram acumuladas experiências sobre as quais se podem tirar lições para o futuro.
Neste dia de particular significado para o CICA, devemos honrar os pioneiros desta grande obra, nomeadamente:
Bispo Emílio de Carvalho
Rev. Henriques Etaungo Daniel
Reverendo Ntoni-a- Nzinga
Reverendo José Belo Chipenda
Reverendo Augusto Chipesse
Bispo Gaspar João Domingos
Reverendo Francisco Bernardo Neto
Reverendo Luís Nguimbi
Reverenda Deolinda Dorcas Teca
Para legar ás novas gerações os melhores exemplos de fé, paciência, determinação, coragem e compromisso com a causa do evangelho.
SANTO POVO DE DEUS,
Desde 24 de Fevereiro de 1977, o CICA ganhou a confiança do povo a que serve e deu provas de maturidade aos países da sub-região, a toda África e ao mundo em geral com que coopera, por isso, ao longo deste mandato:
1) Continuaremos a intensificar a cooperação entre as Igrejas e outras agências nacionais e internacionais.
2) Ofereceremos ao CICA como referência de apoio, integração e cooperação para as comunidades das Igrejas membros do AACC – All Africa Conference of Churches na diáspora em Angola, como as dos Eritreus, dos etíopes, dos congoleses, dos nigerianos e outros.
3) Reforçaremos a parceria existente entre o CICA e o Governo Angolano, de formas a ser cada vez mais vital para contribuirmos mais para o bem-estar das populações angolanas.
4) Continuaremos a trabalhar para o testemunho moral em Angola, abordando questões de justiça, reconciliação nacional, à preservação da paz, duramente alcançada pelos angolanos, e contribuir para o empoderamento de todos aqueles que são espiritualmente, social e economicamente marginalizados.
5) Dedicaremos uma especial atenção às questões da evangelização e da actuação das Igrejas no apoio às famílias, na promoção das mulheres, na superação das situações de pobreza, na prevenção do VIH-SIDA, da gravidez na adolescência, da mortalidade materno infantil, da malária e das doenças resultantes da falta de saneamento como a febre tifóide. Envolver as comunidades eclesiais nas campanhas de vacinação e outras.
6) No âmbito dos esforços de compreensão da situação dos migrantes e refugiados no País, favoreceremos iniciativas de diálogo inter- religioso, de modo a se evitar que temores e estranhamentos evoluam para divisões sociais e violência.
7) Reconhecendo que entre nós, cristãos, ainda somos divididos, e que divergências por conta da liderança, gestão financeira, desrespeitos aos estatutos e outras, tornam mais complicado o nosso caminho em direção à unidade. Por esta razão, continuaremos a trabalhar na busca da plena unidade dos cristãos, como uma prioridade para a Igreja. Como sabemos, ela é antes de tudo, um dom de Deus e é obra do Espírito Santo mas todos somos chamados a colaborar sempre e em todas as circunstâncias.
8) Apoiaremos as Faculdades de Teologia existente nas Universidades das Igrejas membros, com uma forte referência de formação da licenciatura ao doutoramento de quadros eclesiásticos e da investigação na área dos estudos da religião em Angola. Propor à estas instituições, com o CICA, de um conselho consultivo ecumênico para a Faculdade de Teologia, de modo que as Igrejas membros se vejam nele, como a partir de 1957 o Seminário Emanuel do Dondi serviu a todas as Missões protestantes de Angola.
9) Apoiaremos a cooperação entre as escolas de educação básica e instituições de ensino superior das Igrejas membro do CICA de modo a desenvolverem um testemunho comum para a sociedade angolana.
10) Tendo em conta que muitos pastores caem em doença ou alcançam a aposentação sem que as Igrejas tenham condições para custear o peso das despesas, pretendemos junto do Instituto Nacional de Segurança Social trabalhar para facilitar a inserção dos Pastores e Pastoras, uma vez que o Estado Angolano, através do Sistema de Segurança Social (Protecção Social Obrigatória), tem o compromisso constitucional de proteger todos os trabalhadores e suas famílias face a determinados riscos sociais tipificados por Lei, que podem ocorrer ao longo da vida e que conduzem à extinção ou redução dos Rendimentos, ou ao aumento dos encargos familiares.
11) Trabalharemos para uma aproximação mais estreita entre as igrejas cristãs e a comunicação social, através de programas ecuménicos, a exemplo do “TOMA E SEGURA”, nos quais as igrejas cristãs possam pregar a favor da mudança de comportamentos e a promoção da cultura de paz.
12) Tendo em conta os efeitos positivos do programa de advocacia da instituição denominado “boa governação e monitorização social”, que visa definir as acções prioritárias a executar no domínio social em benefício às comunidades locais, e buscar financiamento para dar continuidade a este importantíssimo projecto.
13) Nos últimos anos, as crises sociais e económicas têm feito cair o número de doadores para o CICA. Por isso, pretendemos trabalhar no investimento para melhorar a infraestrutura e equipamentos do CEFOCA, Centro do Lobito, Centro do Huambo de formas a se tornarem potenciais geradores de receitas para a autossustentabilidade institucional.
Estamos cientes dos grandes desafios que vão surgir no futuro mas, sabendo que esta obra é de Deus, e é Ele que nos chamou e comissionou, estamos confiantes que hemos de ultrapassar com ajuda de Deus e com a cooperação de todos os Líderes das Igrejas membros do CICA, dos fiéis das distintas denominações cristãs, das entidades Governamentais bem como das Instituições Nacionais e Internacional.
ESTIMADOS IRMÃOS E IRMÃS,
Permitam-me aproveitar a oportunidade para agradecer os ilustres convidados, bem como todo o povo de Deus aqui representado neste dia, por terem honrado e prestigiado com suas presenças neste acto solene.
Retribuiremos com nosso empenho e dedicação a confiança depositada pela Igreja Metodista Unida que nos recomendou, e do voto dos membros do Comité Executivo em mim depositado.
Viva a Unidade da Igreja!
Viva o Ecumenismo!
Viva o CICA!
SECRETÁRIO GERAL - ANTERIORES
Rev. Henriques E. Daniel
Primeiro Vice-presidente da mesa da Assembleia Geral - Maio 1977
Bispo Emílio de Carvalho
Primeiro Presidente da mesa da Assembleia Geral - Maio 1977